Possibilidade de inclusão de embarcação estrangeira afretada a casco nu na frota de EBN – Acordo de Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai-Paraná (Decreto nº 2.716/1998) – Ad. Marcel Nicolau Stivaletti (desde Brasil)

0
82

 

Na 520ª Reunião Ordinária de Diretoria o colegiado da ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários deliberou a respeito da solicitação de inclusão de embarcação estrangeira afretada a casco nu na frota de EBN.

A pretensão levada por meio do Processo Administrativo nº 50300.023005/2021-37 objetivou demonstrar que o conjunto formado por um empurrador e uma barcaça atendiam as exigências contidas na normativa da Agência Reguladora.

A norma de regência – Resolução ANTAQ nº 1.158/2009 – dispõe sobre a outorga para prestação de serviço de transporte longitudinal de cargas na navegação interior. O diploma define como requisito técnico, que a empresa deve ser proprietária de pelo menos um conjunto empurrador-barcaça ou possuir contrato de afretamento a casco nu de embarcação estrangeira com suspensão de bandeira.

A Diretora Relatora Flávia Takafashi ponderou que o cerne da demanda estava na suspensão de bandeira. Sob esse aspecto, a Superintendência de Regulação depreendeu que “não é possível a concessão/manutenção de outorga à empresa brasileira de navegação para operar no transporte longitudinal de cargas na Hidrovia do rio Paraguai tendo como embarcação garantidora embarcação estrangeira afretada a casco nu sem renúncia de bandeira”.

Em que pese a posição defendida pela Superintendência de Regulação, a Relatora invocou o Acordo de Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai-Paraná (Decreto nº 2.716/1998), para ressaltar a igualdade de tratamento às embarcações dos países signatários. Tendo o indigitado acordo o objetivo precípuo de promover a facilitação da navegação entre os países, descabida qualquer distinção por razões de bandeira. Acompanhada de seus pares, Takafashi concluiu pela possibilidade de inclusão da embarcação na frota da Empresa Brasileira de Navegação solicitante, garantido o mesmo tratamento conferido às embarcações nacionais.

O acordo internacional reportado no presente texto, internalizado no Brasil por meio do Decreto nº 2.716/1998, reúne como signatários Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai. O objeto do diploma internacional, celebrado pelas referidas nações, foi erigido com o objetivo de facilitar a navegação e o transporte comercial, fluvial longitudinal na Hidrovia Paraguai-Paraná (Porto de Cáceres-Porto de Nova Palmira) e estabelecer um marco normativo comum apto a favorecer o desenvolvimento, a modernização, a eficiência e o acesso em condições competitivas.

Versión en español:

Posibilidad de incluir en la flota de EBN un buque extranjero fletado a casco desnudo – Convenio de Transporte Fluvial de la Hidrovía Paraguay-Paraná (Decreto N° 2.716/1998)

En la 520ª Sesión Ordinaria de Directorio, el órgano colegiado de la ANTAQ – Agencia Nacional de Transporte Acuático, deliberó sobre la solicitud de inclusión de una embarcación extranjera fletada a casco desnudo en la flota de la EBN.

El reclamo realizado a través del Procedimiento Administrativo N° 50300.023005/2021-37 tuvo como objetivo demostrar que el conjunto formado por un empujador y una barcaza cumplía con los requisitos contenidos en la normativa del Organismo Regulador.

La norma rectora – Resolución ANTAQ N° 1.158/2009 – prevé la concesión para la prestación del servicio de transporte longitudinal de carga en la navegación interior. El diploma define como requisito técnico que la empresa debe ser propietaria de al menos un conjunto empujador-barcaza o tener un contrato de fletamento a casco desnudo de una embarcación extranjera con suspensión de bandera.

La Directora Informativa Flávia Takafashi consideró que el núcleo de la demanda era la suspensión de la bandera. Al respecto, la Superintendencia de Regulación concluyó que “no es posible otorgar/mantener una concesión a la naviera brasileña para operar en el transporte longitudinal de carga en la Hidrovía del Río Paraguay con un buque extranjero fletado a casco desnudo como garante sin renuncia de bandera».

A pesar de la posición defendida por la Superintendencia de Regulación, el Relator invocó el Acuerdo de Transporte Fluvial de la Hidrovía Paraguay-Paraná (Decreto N° 2.716/1998), para enfatizar la igualdad de trato de las embarcaciones de los países signatarios. Dado que el mencionado acuerdo tiene como objetivo principal promover la facilitación de la navegación entre los países, cualquier distinción por razón de bandera es improcedente. Acompañada de sus pares, Takafashi concluyó por la posibilidad de incluir la embarcación en la flota de la Empresa Brasileña de Navegación solicitante, garantizando el mismo trato dado a las embarcaciones nacionales.

El acuerdo internacional relatado en este texto, interiorizado en Brasil a través del Decreto N° 2.716/1998, reúne como signatarios a Brasil, Argentina, Uruguay, Bolivia y Paraguay. El objeto del diplomado internacional, celebrado por las referidas naciones, se erigió con el objetivo de facilitar la navegación y el transporte fluvial longitudinal comercial en la Hidrovía Paraguay-Paraná (Puerto de Cáceres-Puerto de Nova Palmira) y establecer un marco normativo común capaz de favorecer el desarrollo, la modernización, la eficiencia y el acceso en condiciones competitivas.

Ad.  Marcel Nicolau Stivaletti

+55 (13) 98195-2223 | +55 (13) 3219 7303

Rua Amador Bueno, 333 – Conj. 1501 – Tribuna Square – Santos/SP (11013-153)

Mayo 2.022